terça-feira, 12 de março de 2013

Terapias não-convencionais

Adepta ou não, não perde nada em ler sobre as técnicas que, milenares ou recentes, fazem furor em todo o mundo. Surpreenda-se!

DURANTE A GRAVIDEZ:

Haptonomia

É a ciência das interacções e das relações afectivas humanas, também conhecida pela ciência do toque afectivo. Foi nos anos 60 na Bélgica que Frans Veldman, começou as primeiras formações em Haptonomia.

A haptonomia provem da conjunção dos termos gregos clássicos “hapsis” que significa tacto, sentido, sentimento, e “nomos” que significa a lei, a regra, a norma.

Esta disciplina propõe que a mãe e o pai entrem em contacto com o seu bebé através do toque afectivo, reforçando a sua existência para que este possa adquirir um estado de segurança básico para assim desenvolver a sua identidade e autenticidade. É mais do que um simples método de preparação para o parto, e uma preparação para a parentalidade.

Muito cedo na gravidez, o feto percebe a relação íntima e afectiva entre os seus pais pela mão do seu pai posta sobre o ventre da sua mãe. Sente-se amado e desejado respondendo a essa afectividade.

No dia do parto, o pai, através do seu “tocar haptonómico” com a mãe, acompanha e guia a criança “a deixar-se nascer”. O pai está muito presente, instalado tanto quanto possível atrás da sua mulher para juntos poderem acolher com ternura a sua criança.

O ideal é que as sessões comecem por volta do quarto mês de gestação, mas podem começar até ao sexto mês, desde que haja tempo para a realização de um mínimo de oito encontros. O acompanhamento desenrola-se durante a gravidez e prossegue durante o primeiro ano de vida, ajudando no desenvolvimento da criança.

Beneficios da haptonomia

• Os bebés são mais seguros e autónomos, apresentam um desenvolvimento psicomotor precoce.

• São mais tranquilos, alegres, afectuosos e socializam-se mais facilmente.

• Dormem uma noite inteira antes das três semanas de vida, sustêm a cabeça muito cedo e conseguem manter-se sentados e em pé, sem apoio antes dos sete meses.

• Pronunciam as primeiras sílaba significativamente antes do que é habitual.

Os efeitos não se restringem apenas nos primeiros tempos de vida, já que a haptonomia têm um “enorme valor preventivo” (Jaime Robert, 2005).

Yoga pré-natal

O Yoga é uma filosofia de vida, conhecida e difundida por todo o mundo e é advinda da Índia. Utiliza um conjunto de técnicas que visam unificar o ser e desenvolver as suas potencialidades a todos os níveis: físico, psíquico, espiritual e energético.

A postura, respiração, concentração e meditação proporciona à grávida tonificar a musculatura, encontrar concentração e o equilíbrio psíquico e aliviar tensões para favorecer o bem-estar tanto para a mãe como para o feto.

Estudos apontam que esta técnica é útil para reverter quadros difíceis como hipertensão, prematuridade, bebés pélvicos, problemas de coluna, etc.


Ajuda também na oxigenação da mãe e do bebé, ensinando práticas correctas para respirar e ter ao longo dos nove meses, uma musculatura abdominal e perineal macia e tonificada, para sustentar o peso do bebé.

É importante porque a grávida coloca o seu bebé no mundo com todos os aspectos e não somente com o seu ventre.

A prática do yoga ajuda a futura mãe a fazer face aos desafios e às transformações que se apresentam durante a gravidez e abordar o parto com determinação, confiança e calma.

Musicoterapia

O bebé sendo um “ser ultra-sensível” às trocas com os seus pais é também influenciado pela música, ele sente e responde através da respiração, movimentos da cabeça, tronco e olhos, gestos, e expressões faciais. Através da música e da voz que ouve fortalece-se a relação mãe-filho, além de contribuir para o desenvolvimento das ondas cerebrais e do sistema nervoso do bebé.

A musicoterapia traz também benefícios a curto prazo pois possibilita a melhoria na alimentação e no sono e a diminuição do choro. A longo prazo porque a música estimula o cérebro melhorando as formas de pensamento.

A voz da mãe representa a continuidade da vida intra-uterina e entoada é mais eficaz que o próprio rosto para acalmar o bebé. Contudo o bebé não é apenas um receptor, ele responde ao estímulo da mãe, e essa resposta depende do estilo de música a que esteve exposto durante a vida intra-uterina. Esse factor está relacionado com os gostos e culturas dos seus pais, com a chamada “história sonoro-musical” da qual fazem parte por exemplo as canções de embalar características de cada país ou cultura.

NO PARTO:

Acupunctura

Acupunctura significa literalmente “espetar agulhas” e designa a prática de inserir agulhas muito finas na pele com a finalidade de estimular pontos específicos (acupontos) provocando ou não apenas um pequeno desconforto. Estes pontos são estimulados para equilibrar o movimento de energia no corpo, ou segundo a bioquímica, para estimular as endorfinas (substâncias naturais que eliminam a dor).

A acupunctura é uma terapia alternativa que pode ajudar a grávida a relaxar o corpo e a mente durante o parto. A procura desta técnica está a crescer, mas a falta de informação, o medo das agulhas e a não-aceitação por parte da maioria dos hospitais portugueses são alguns dos obstáculos a esta técnica milenar.

A acupunctura pode ser utilizada para acelerar o trabalho de parto, diminuir as dores de parto e até facilitar a rotação do bebé quando este se apresenta numa posição incompatível.

Pedro Choy, presidente da Associação Portuguesa de Acupunctura e Disciplinas Associadas (APADA), não tem dúvidas acerca das vantagens da acupunctura no parto e acredita que é por falta de informação que as mulheres não solicitam mais vezes esta técnica. Segundo ele, o parto é acelerado, durando cerca de 2 a 3 horas desde o início das contracções até à expulsão. Todas as grávidas podem optar por um parto sem dor através da acupunctura, pois esta técnica não tem quaisquer efeitos secundários, ao contrário de outros fármacos muito utilizados durante o trabalho de parto, como por exemplo a epidural. A acupunctura induz o relaxamento, reduz o estado de ansiedade e diminui a dor.

Existem dois pontos que foram referidos como aceleradores do trabalho de parto, um localizado na mão e outro acima do tornozelo. O ponto intestino grosso 4 (Ho-Ku) está localizado nas costas da mão, na rede muscular entre o polegar e o dedo indicador; o ponto Baço 6 (San-Yin-Chiao) situa-se um pouco acima da face interna do tornozelo. Existe ainda um ponto localizado na raiz da unha do dedo mínimo do pé, que permite posicionar correctamente a cabeça do bebé no colo do útero.

Através da acupunctura, as dores do parto podem ser eliminadas em cerca de 98%, por isso, é apenas importante escolher um terapeuta devidamente formado e credenciado para a assistência durante o trabalho de parto e obter a autorização da instituição onde este se vai realizar.

Homeopatia

Diversos remédios podem ser usados durante o parto para aliviar a dor, dependendo do estado emocional e físico da mãe. Por exemplo A Coffea e a Belladona, são indicados para contracções muito violentas e dolorosas. Para acelerar um trabalho de parto lento, o homeopata pode sugerir Secale ou Pulsatilla.

Fitoterapia

Para tensão e dor, com contracções curtas e agudas, ou um colo que não dilata, pode indicar-se erva-de-são-cristóvão azul, cramp bark, inhame-silvestre ou folhas de framboesa em chá ou em tintura. Para acelerar um parto lento, pode usar-se chá de folhas de framboesa com um misto de erva-de-são-cristóvão preta ou azul e gengibre.

Hipnoterapia

A auto-hipnose, ensinada em 5 a 10 sessões em grupo antes do parto, reduz a percepção da dor em cerca de um terço, mas pode por vezes resultar em partos completamente indolores. Também acelera em cerca de um terço o parto.

Reflexologia

A reflexologia encoraja a calma e o relaxamento, reduzindo o desconforto e acelerando o parto. Estudos sugerem que se obtêm partos mais rápidos e bons níveis de alívio da dor.

Aromaterapia

A aromaterapia pode ser 60-70% eficaz na redução da dor no parto, utilizando óleos de alfazema, salva e erva-cidreira.

Cromoterapia

O vermelho (a cor da energia) pode fortalecer contracções fracas e assim acelerar um parto lento. A mãe deve vestir calças vermelhas, pois o efeito estimulante geral da luz vermelha pode ser demasiado para o bebé. O ambiente do nascimento deve ter cores e luzes cor-de-rosa quente e azul-pálido, pois são cores calmantes.

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